Pai.
Essa palavra mexe com a gente, né?!
Uns o perderam, outros não o conhecem e tem aqueles que vivem esse amor intenso por esse ser que nos deu a vida.
Eu sinto uma coisa...não sei explicar.
Quando ouço essa palavra vem um sentimento estranho, uma mistura de coisas que eu nem sei o que são.
Meu pai está vivo, saudável e vive na mesma casa que eu.
Mas... e essa distância? E esse silêncio?
Dizem que as pessoas muito parecidas não conseguem se entender. Talvez seja por isso...
Nós somos muito parecidos! Esse jeito, às vezes, rude de falar, esse coração que quer ser forte, mas por dentro não se aguenta de tanto sentimento, de tanta "moleza"...
É esse jeito de ferir sem querer, de não saber como falar e se arrepender depois...
É esse sorriso que pertence ao alheio, mas não se encontra...
Sorriso...fazia tempo que não via o sorriso do meu pai pra mim.
No meu aniversário ele sorriu, me abraçou, me deu até presente!
Hoje, dia dos pais, eu retribui...depois volta tudo ao "normal".
Mas quando eu vejo aquele sorriso, lembro de quando eu era criança...de como a gente brincava junto, de como a gente ria junto.
Mas não vejo mais a juventude em seu rosto.
O cansaço, os hábitos nada saudáveis, as atitudes... estão nos afastando.
Eu tenho saudades do meu pai, mesmo ele estando todos os dias perto de mim.
E o dia que ele não estará entre nós está cada vez mais próximo e eu não quero perder a oportunidade de dizer que eu o amo, sim!
Mas não tenho coragem de falar... acho que nunca falei isso.
Incrível como é fácil dizer " eu te amo" aos amigos, ao namorado, mas ao pai, à mãe...pra mim é tão difícil!
Espero, um dia, dizer isso pra ele...pelo menos, em gestos, em atitudes.
Mas que não seja tarde demais!
E sim, eu amo o meu pai.
Daíse Lopez
[ 8 de agosto de 2010]
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